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No final do século XIX, o Alentejo vivia da agricultura e dos cereais, com o trigo como principal riqueza e símbolo da vida rural. Pão, azeite e vinho sustentavam a mesa e a identidade das comunidades.

Antes de 1926, Viana do Alentejo registava dez sociedades dedicadas à indústria moageira, ao comércio e à distribuição local. A Vasques Fadista Limitada / Moinhos de Santo António combinava a moagem de cereais com o lagar de azeite, refletindo um património familiar que espelhava o tecido económico da região.

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Em 1885, a carta régia de D. Luís autorizou a venda dos terrenos da Horta de Santo António e Ferregial, pertencentes ao Convento de Bom Jesus de Viana do Alentejo, a Francisco Joaquim Vasques Fadista (1858–1931) por 680 000 réis, abrindo caminho à instalação da moagem e do lagar de azeite familiar. Após a sua morte, em 1931, dois dos seus filhos deram continuidade à atividade, formalizando nesse ano a Vasques Fadista, Lda.

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A 16 de novembro de 1946, a Moagem sofreu um incêndio devastador que destruiu totalmente a fábrica, marcando a comunidade e sendo amplamente noticiado na imprensa. A coragem de Jesuíno Simões destacou-se: vizinho da moagem, retirou incansavelmente sacos de farinha de oitenta quilos, dois de cada vez, salvando parte da produção.
Dois anos e meio depois, na inauguração dos novos Moinhos de Santo António, os proprietários convidaram todos os que ajudaram a combater o fogo para um almoço de agradecimento.

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Em abril de 1949, foram inaugurados os novos Moinhos de Santo António, alinhados com a tecnologia moderna e com maior eficiência. Construídos com o sistema austro-húngaro, integravam máquinas de última geração, com capacidade de laboração de 14 300 kg/dia, identificadas com o selo “Sistema Bühler”.

A moagem funcionou até à década de 1980, quando a Fratejo adquiriu os terrenos e instalou novas unidades para produção de rações. Aberta em 1990, encerrou em 2002.

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No século XIX, a indústria moageira evoluiu das mós de pedra para os moinhos de rolos em aço, permitindo a produção de farinhas mais finas e de melhor qualidade.

A Hungria liderou esta inovação, desenvolvendo um modelo de moagem gradual assente na trituração e peneiração, bem como na limpeza, transporte e ventilação do trigo.

A Bühler, empresa suíça, tornou-se uma das principais difusoras do sistema.

Com sucursais em Madrid e Lisboa desde 1917, equipou várias moagens portuguesas ao longo do século XX.

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Na trituração gradual, os grãos passam por moinhos com três funções:

  • Trituradores: esmagam o grão e separam casca e gérmen, produzindo farinha negra e fazenda.
  • Desagregadores: refinam a fazenda, com passagem intercalada por peneiros.
  • Conversores: transformam a última fazenda em farinha fina.

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A peneiração é realizada nos Plansichters e Sassores, que classificam as partículas por tamanho e densidade, devolvendo as sêmolas aos cilindros até obter a farinha ideal. O Plansichter, patenteado por Károly Haggenmacher em 1887, revolucionou o processo ao permitir classificar até oito produtos simultaneamente.

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Em 2023, iniciam-se as obras de revitalização dos Moinhos de Santo António. O projeto, do arquiteto Gonçalo Carvalho, transforma o edifício histórico num hotel que combina o charme da arquitetura fabril com o conforto e a sofisticação modernos, preservando traços industriais e integrando elementos contemporâneos.

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